Os dados anatómicos que evidenciam as relações de parentesco entre as diferentes espécies de seres vivos são a existência de órgãos homólogos, análogos e vestigiais.
Órgãos Homólogos
São órgãos que apresentam o mesmo padrão anatómico, a mesma origem embrionária, podendo em diferentes seres vivos desempenhar funções diferentes. Estes órgãos têm, em diferentes organismos, a mesma organização estrutural, a mesma posição relativa, o que reflecte que divergiram do mesmo antepassado (ancestral comum). Isto pode ser observado na figura, a qual mostra membros de diferentes seres vivos apresentando todos eles o mesmo padrão anatómico, constituído pelos mesmos ossos, evidenciado na figura pelas cores e que, no entanto, desempenham funções diferentes, dependendo do animal a que pertencem. Traduzem, assim, adaptações de um grupo de organismos a ambientes variados. Reflectem, por isso, uma evolução divergente: estruturas originalmente semelhantes diferenciaram-se para realizar funções diferentes.
Exemplo: Membros anteriores dos vertebrados.
O conjunto ordenado dos órgãos homólogos em diferentes organismos constitui uma Série Filogenética. Esta pode ser:
- Série Filogenética Progressiva - o processo evolutivo deu-se no sentido da maior complexidade dos órgãos. Exemplo disso é a evolução do coração dos vertebrados
- Série Filogenética Regressiva - se o órgão primitivamente complexo evolui para mais simples. Como exemplo temos as asas das aves corredoras.
Órgãos análogos
Órgãos que têm diferente padrão anatómico, diferente origem embrionária, desempenhando em diferentes seres vivos a mesma função. Estes órgãos têm, em diferentes organismos, diferente organização estrutural, diferentes posições relativas, o que reflecte que evoluíram de antepassados diferentes. Este facto ode ser observado na figura ao lado, a qual mostra asas de diferentes insectos, que são completamente diferentes mas ambas têm a mesma função: permitir o voo aos seres que as possuem. São provas de adaptação de organismos diferentes a um mesmo ambiente. Reflectem, por isso, uma evolução convergente.
Exemplo: Asas dos insectos e asas das aves.
Órgãos vestigiais
Órgãos que foram de grande utilidade num passado mas que no presente têm uma função reduzida ou inexistente no organismo em que se encontram, podendo, no entanto, desempenhar um papel importante noutros seres. Como exemplo disso temos o apêndice. No Homem é apenas um órgão vestigial no qual não tem função. Contudo, nos animais herbívoros, o apêndice é bastante desenvolvido nele vivendo microorganismos responsáveis pela digestão da celulose, principal fonte de energia. O ambiente actuou nestes órgãos no sentido regressivo, privilegiando os indivíduos que iam surgindo com esses órgãos cada vez mais reduzidos.
Mónica Mota
2 comentários:
Muito bom. Agradeço o trabalho.
Quando posso apreender mais
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